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28/11/25

Seminários sobre Emil Cioran e o nada de Deus


por Paulo Jonas de Lima Piva

Para o início de junho de 2026, o Grupo de estudos sobre o ateísmo da UFABC/CNPq irá realizar o seminário "Emil Cioran e Deus: reflexões sobre o Nada", tendo como base, sobretudo, as entrevistas do pensador romeno compiladas no livro Entretien, de 1995, publicado pela editora Gallimard e traduzido para o português por Giovani T. Kurz com o título Um apátrida metafísico, pela editora Âyiné.

O evento, como sempre, será on line, gratuito, aberto ao público, sem necessidade de inscrição e sem certificado.



01/10/25

Voltaire e o ateísmo: seminários "Dicionário filosófico". Primeiro seminário: "História de Jenni" ou Introdução ao ateísmo em Voltaire



Voltaire e o ateísmo: seminários "Dicionário filosófico", de Voltaire


- Seminários quinzenais sobre os verbetes do livro Dicionário filosófico, de Voltaire, publicado em 1764, direta e indiretamente relacionados com a questão do ateísmo no pensamento voltairiano.


- Primeiro seminário: "História de Jenni" ou Introdução ao ateísmo em Voltaire

Trata-se de uma introdução à questão do ateísmo no pensamento de Voltaire por meio da apresentação e análise do conto "História de Jenni ou O ateu e o sábio", de Voltaire, publicado provavelmente em 1775, antes de iniciarmos efetivamente os seminários quinzenais dos verbetes do Dicionário filosófico, de Voltaire, direta ou indiretamente relacionados com o tema.


- Responsável pelo primeiro seminário: Prof. Dr. Paulo Jonas de Lima Piva, doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC)


- Bibliografia

VOLTAIRE. "História de Jenni ou O ateu e o sábio". In: Contos e novelas. Tradução de Mário Quintana. Rio de Janeiro: Globo, 2012.

VOLTAIRE. Dicionário filosófico. Tradução de Ivone C. Benedetti. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2020.


- Data: 07 de novembro de 2025, sexta-feira, das 20h às 21h30


- Evento on line, gratuito, aberto a todos, sem inscrição nem certificado




- Contato: paulo.piva@ufabc.edu.br


- Realização: Grupo de estudos sobre o ateísmo da UFABC/CNPq

26/09/25

Voltaire e o ateísmo: seminários "Dicionário filosófico"

 


por Paulo Jonas de Lima Piva

A próxima atividade do Grupo de estudos sobre o ateísmo da UFABC/CNPq será a realização do seminário "Voltaire e o ateísmo: seminários Dicionário filosófico", previsto para o início de novembro deste ano. A proposta é expor, analisar e refletir sobre alguns verbetes do Dicionário filosófico ou A razão pelo alfabeto, de Voltaire, lançado em 1764, também intitulado Dicionário filosófico portátil, pertinentes à sua metafísica e, em particular, à sua crítica ao ateísmo. Será um seminário aberto ao público, sem certificado, nem registro em vídeo, quinzenais e nas sextas-feiras à noite. O calendário será divulgado em breve.

27/06/25

2005-2025: os 20 anos do "Tratado de ateologia: física da metafísica", de Michel Onfray



por Paulo Jonas de Lima Piva

Em janeiro de 2005, isto é, há vinte anos, Michel Onfray publicava na França o Tratado de ateologia: física da metafísica. Só em uma década o livro vendeu mais de 370 mil exemplares, e é hoje o maior best-seller de Onfray. Trata-se de uma obra fundamental e obrigatória para o pensamento ateu. 

12/06/25

18/05/25

Resenha de Jean-Pierre Deschepper em ocasião do lançamento do Tomo I das Obras completas de Jean Meslier em 1970



Jean Meslier, Obras Completas, Tomo I, Memórias dos pensamentos e sentimentos de Jean Meslier. Prefácios e notas de Jean Deprun, Roland Desné, Albert Soboul. Edição animada e coordenada por Roland Desné. Paris, Éditions Anthropos, 1970.
 
por Jean-Pierre Deschepper
Fundo Nacional Belga para a Pesquisa Científica (F.N.R.S)
 
Tradução de Paulo Jonas de Lima Piva
Universidade Federal do ABC (UFABC)
 
 
Voltaire patrocinou o resumo mutilado de uma parte da obra e contribuiu para espalhar o nome daquele que a Convenção declarou ter a honra de ser “o primeiro padre que teve a coragem e a boa fé de abjurar os erros religiosos”: o cura Jean Meslier (1664-1729), o comunista ateu de presbitério. Contudo, ele permaneceu muito pouco conhecido, pois sua obra principal, sua Memória, que na sequência de Voltaire continuou a ser chamada impropriamente de seu Testamento, não conheceu senão uma edição, e limitada, em 1864. O homem, sua obra e seu pensamento não podem contudo senão suscitar o interesse, e é o mérito da presente edição, que compreenderá três volumes e da qual este é o primeiro, nos permitir estudá-los enfim como convém.

Eis então esse primeiro volume, contendo uma parte da Memória. Mas  antes mencionamos os três prefácios que, em mais ou menos 130 páginas, fazem um balanço do caso Meslier.

Em O homem, a obra e a reputação, o senhor Roland Desné expõe a vida e o pensamento de Meslier e os problemas que eles levantam, e que o exame dos arquivos e de múltiplos documentos nos permitem precisar e renovar. O personagem parece simples: ele não se mudou, durante toda a sua vida, de Etrépigny, aldeia situada perto de Mézières e onde ele foi nomeado cura logo após o seminário. Ali ele se nutriu de autores dos séculos XVI e XVII, aguçou sua reflexão e compôs na solidão do fim de uma vida clerical, à revelia de todos, uma longa memória à qual ele confiou seu pensamento, ao mesmo tempo ateu e comunista: fenômeno novo, pois tradicionalmente o ateísmo era aristocrático, enquanto que o comunismo se apresentava como uma exigência da consciência cristã. As condições do tempo e seu estado não lhe permitiram outra voz que a póstuma, se elevando de um manuscrito elaborado no segredo de um casa paroquial camponesa, que ele serviu de 1689 até a sua morte. Ele deixou, para a estupefação daqueles que não suspeitavam desta vida dupla, sua Memória, na qual o defunto cura precisou, no subtítulo, que ele havia escrito “para ser endereçado aos seus paroquianos após a sua morte (...)”. Ele deixou igualmente as Cartas aos curas da vizinhança, nas quais ele se desvendou, notas marginais sobre a Demonstração da existência de Deus, de Fénelon, e pregações manuscritas, das quais perdemos o rastro. Em 1734-1735 a Memória entrou nos circuitos de difusão clandestina, nos quais se pode assegurar que ela foi importante. É em 1762 que Voltaire publica o Extrato dos sentimentos de Jean Meslier, precedido do Resumo da vida do autor, e mutila o pensamento materialista, ateu e socialista de Meslier, ao qual Voltaire impõe em particular uma conclusão deísta. É assim que ele será ― mal ― conhecido, a ponto de não se hesitar no século XIX publicar no seu nome O bom senso, de Holbach. É impossível expormos aqui o detalhe da história da edição das obras de Meslier e dos problemas que ela levanta; reportamo-nos a este muito bom prefácio do senhor Desné, sólido e completo, no qual, por exemplo, podemos ler com interesse a história dos manuscritos da Memória.

O senhor Jean Deprun se empenhou em Meslier philosophe. O projeto filosófico de Meslier é coerente, pois trata-se de fundar a autonomia do mundo revelada pela física cartesiana: por um lado rejeita a metafísica cartesiana, e em particular critica a ideia de perfeição, por outro lado a reabilitação da ideia de natureza, a qual será compreendida num sentido dinamista. Em suma, trata-se de combater o criacionismo e de expor o materialismo. E toda a obra de crítica política e social de Meslier está subordinada à crítica necessária da religião, que é inseparável da crítica da metafísica da qual se alimenta a religião. O senhor Deprun estima que se viu demais em Meslier um gassendista, ainda que sua física seja a de Descartes, despojada de toda teologia. Ele retém do cartesianismo o que se adapta ao seu empreendimento ateu, ele rejeita “a teologia cartesiana em nome mesmo da física dos Princípios”, mas a reajustando à sua necessidade, graças às noções aristotélicas ou escolásticas que se parecem muito com as formas substanciais. Em teoria do conhecimento Meslier é igualmente cartesiano: confiança nas ideias claras. Ele está muito próximo de Malebranche, mas o expurga de toda referência a Deus. Ele dissocia as ideias de infinito e de perfeito, o que lhe permite inverter a prova ontológica ― que ele aceita ― da existência de Deus: a ideia do ser infinito contém a sua existência necessária, mas este ser infinito não é outro senão a matéria. Se o projeto de Meslier é coerente, suas teorias, que ele extrai de fontes variadas, não o são sempre. Ele se aproxima, por exemplo, da escolástica para insistir no empirismo, alternadamente segue Malebranche e dele se separa. Mas nós não poderíamos reprovar demais tudo isso em Meslier, que não repugnou em se medir com a filosofia, refugiado na sua solidão das Ardenas, sem vínculo com nenhum dos focos do pensamento da sua época, não contando senão com o seu raciocínio, suas lembranças de estudo e alguns livros.

O último prefácio é assinado pelo senhor Albert Soboul: A crítica social diante do seu tempo. Se Meslier atacava a religião no front ideológico, ele fez o mesmo no front social. Não podemos dissociar seu pensamento comunista do seu ateísmo, e seu pensamento em geral da sua crítica à sua época, a qual lhe impôs limites. Em sua crítica social, Meslier não estabelece laços entre estruturas sociais e economia. A desigualdade das condições sociais não pode vir senão da desigualdade dos bens fundiários, sem nenhuma menção aos bens mobiliários. Essas limitações da crítica social são as limitações da época e não do próprio Meslier. Do mesmo modo, ele não apreende o mecanismo de exploração social, mas denuncia a opressão fiscal do Estado. Ele critica a monarquia absoluta e aqueles que a caucionam (privilegiados, cortes de justiça) e prega a violência contra eles, mas ainda o senhor Soboul nos convida a não introduzirmos nessa linguagem da época o que nós imaginamos nela ver. Meslier propõe não a partilha igual, mas a comunidade dos bens, para um gozo comum desses bens, e a comunidade e a igualdade dos deveres; o utopismo tradicional transparece contudo aqui e lá, por exemplo, na ordem social sugerida. Em suma, Meslier decorre do comunismo agrário, do igualitarismo camponês, e não ainda do socialismo industrial; o senhor Soboul vê nele menos um revolucionário puro do que um profeta da revolução.

Meslier deixou três cópias autografadas de sua Memória. O senhor Desné apresenta aqui a mais completa, com indicação das variantes dos capítulos mais significativos. A ortografia foi respeitada, ainda que ela não seja regular, pois ela revela a cultura do autor. Regras sensatas foram adotadas quanto aos outros problemas colocados pelo estabelecimento do texto, pois não se tratava de fazer paleografia. Foram mitigados assim os usos próprios de Meslier por correções de bom senso. Boas notas, fac-símile e reproduções de documentos originais acompanham o primeiro volume desta edição, que é compreendida em três; o interesse suscitado pelo primeiro nos faz esperar que ela se completará rapidamente.
 
 
In: Revue Philosophique de Louvain. Quatrième série, tome 69, n°2, 1971. pp. 297-299.
 
Fonte:


Nota do tradutor ― Agradeço imensamente ao senhor Jean-Pierre Deschepper e à Revue Philosophique de Louvain pela gentileza de permitirem esta tradução.
 

06/12/24

Curso aberto ao público para 2025: "O ateísmo como progresso ontológico: sobre o Tratado de ateologia, de Michel Onfray"


Uma das principais atividades do Grupo de estudos sobre o ateísmo da UFABC no ano de 2025 será a realização do curso "O ateísmo como progresso ontológico: sobre o Tratado de ateologia, de Michel Onfray", ministrado pelo professor Paulo Jonas de Lima Piva, com início em 13 de junho, organizado, a princípio, em dez encontros, no modo remoto. O curso será aberto ao público, gratuito, sem inscrição nem certificado.


28/08/24

Biblioteca ateísta: palestra sobre "Ateísmo, uma breve introdução", de Julian Baggini



Biblioteca ateísta: palestra sobre Ateísmo, uma breve introdução, de Julian Baggini

Palestrante: Rafael Augusto de Assis, graduado em filosofia pala Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), mestre em filosofia pela Universidade Federal do ABC (UFABC), doutorando em educação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e bolsista da CAPES

Dia 27 de setembro de 2024, sexta-feira, 20 horas

Evento on line, gratuito, aberto a todos, sem inscrição nem certificado.


Contato: paulo.piva@ufabc.edu.br

23/08/24

Súmula das resoluções da reunião de balanço de um ano de grupo realizada em dia 23 de agosto de 2024



1) Continuação do grupo: após um ano de existência, todos os membros do grupo decidiram manter o grupo de pesquisa em atividade, pois consideram o grupo útil e relevante.

2) Tradução de Jean Meslier: o grupo decidiu traduzir a Memória de Meslier. Os interessados em traduzir Meslier o farão individualmente, pela ordem, parte depois de parte da obra, começando pelo título e "Avant-propos". Cada um dos interessados traduzirá seguindo a ordem do sumário da Memória, e ao mesmo tempo. À medida que cada um for concluindo a tradução das partes segundo a ordem, o grupo será comunicado. Quando todos os interessados em traduzir tiverem traduzidos a parte da vez, discutiremos em grupo a tradução de todos em busca de uma fusão, e assim continuaremos a fazer com as outras partes.

3) Seminário: o grupo decidiu manter a realização dos seminários quinzenais, desta vez tendo como núcleo Deus, um delírio, de Richard Dawkins, escolhido em maioria de votação. O primeiro seminário sobre o livro ocorrerá em 20 de setembro de 2024, às 20 horas. O seminário será divulgado no site e nas redes sociais da ANPOF. Paulo Piva ficará com o primeiro seminário, que consistirá na apresentação dos prefácios e do capítulo 1 do livro.

4) Seção "Biblioteca ateísta": outra frente de trabalho do grupo será a Biblioteca ateísta, eventos esporádicos que consistirão em apresentações de livros relevantes sobre o ateísmo, num encontro de duas horas. O primeiro encontro dessa seção será realizado no dia 27 de setembro de 2024, às 20 horas, tendo como livro selecionado Ateísmo, uma breve introdução, de Julian Baggini, e o palestrante será Rafael Augusto de Assis.

5) Discussão de trabalhos: o grupo também funcionará como banca de avaliação de trabalhos de membros do grupos, como projetos, material de qualificação, artigos, etc

6) Recesso: o grupo entrará em recesso de um mês e voltará a se reunir em 20 de setembro de 2024, sexta-feira, às 20 horas, com o primeiro seminário sobre Deus, um delírio.

14/07/24

A associação "Os amigos de Jean Meslier"


A igreja onde Jean Meslier exerceu seu sacerdócio, localizada e conservada em Étrépigny


por Paulo Jonas de Lima Piva

 "Les amis de Jean Meslier (1664-1729)" é uma associação localizada em Étrépigny, o vilarejo francês no qual o padre Jean Meslier, que nasceu em Mazerny, em 15 de junho de 1664, viveu, exerceu o seu sacerdócio e morreu em 1729; ela foi criada em 10 de fevereiro de 2011, pelos seus moradores admiradores de Meslier, com registro oficial, estatuto e realizações de encontros periódicos para lembrar a importância e homenagear o seu pensamento ateu, materialista, anticlerical, antirreligioso, antiespecista e comunista.

A associação possui um site com textos introdutórios bastante esclarecedores sobre Meslier, assinados pelo estudioso Serge Deruette, que é autor do livro Lire Jean Meslier: curé et athée révolutionnaire (Paris: Éditions Aden, 2008).

O endereço do site da associação é: http://meslier.fr/ . 

Além do site, a associação também possui uma página no Facebook, com fotos bastante interessantes da paróquia de Meslier, dos seus arredores e dos encontros dos seus associados.

O endereço da página é:


A foto abaixo, por exemplo, é do encontro dos meslieristas ocorrido em 11 de maio de 2024. O terceiro da direita na foto é Serge Deruette.


20/08/23

Seminários Jean Meslier



A primeira atividade do grupo será a realização on line dos "Seminários Jean Meslier".

Esses seminários serão desenvolvidos em duas etapas, sempre por meio de encontros quinzenais.

A primeira etapa será a exposição, análise e reflexão sobre o "Avant-propos" e sobre os três "Préfaces", textos escritos por Jean Deprun, Roland Desné e Albert Soboul às Oeuvres complétes, Tome I, de Jean Meslier, Paris, Anthropos, 1974.

A segunda etapa será a exposição, análise e reflexão sobre a "Memoire des pensées et des sentiments de Jean Meslier", Oeuvres complétes, Tome I, Paris, Anthropos, 1974.

Pesquisadores acadêmicos do ateísmo interessados em participar desses seminários, entrar em contato pelo e-mail paulo.piva@ufabc.edu.br, enviando o link do Currículo Lattes